A 21 de março comemora-se o Dia Internacional da Síndrome de Down. A incidência em Portugal é aproximadamente entre 100 a 120 nascimentos de crianças com Trissomia 21 por ano.
Ouvimos com frequência que há dias de tudo e para tudo. Que tudo se comemora. Numa pesquisa rápida na internet conseguimos saber de imediato “Hoje é dia de…”. Há sites que só se dedicam a isso. Mas, se algumas dessas comemorações são resultado dos media e do capitalismo desenfreado, outras servem para despertar a nossa atenção sobre determinadas problemáticas, situações ou realidades. É o caso das comemorações instituídas pelas Nações Unidas.
Hoje, dia 21 de março, celebra-se o Dia Mundial da Síndrome de Down (World Down Syndrome Day – WDSD), declarado oficialmente pelas Nações Unidas desde 2012, com o objectivo de aumentar a conscientização pública sobre esta Síndrome.
A escolha da data, 21º dia do 3º mês, não foi ao acaso. Deveu-se à singularidade da triplicação (trissomia) do 21º cromossoma e que causa a Síndrome.
As celebrações do Dia Mundial da Síndrome de Down são impulsionadas e divulgadas pela Síndrome de Down International (DSI). Através do site worlddownsyndromeday.org a DSI promove a divulgação das iniciativas da comunidade global e incentiva à participação de outras como o WDSD Call To Action e que este ano desafia e encoraja as pessoas com Síndrome de Down a dizerem ao mundo qual o seu contributo na sua comunidade nos diferentes contextos das suas vidas: escola, trabalho, tempos livres, participação política, etc., revelando assim todo o seu potencial (#WhatIBringToMyCommunity #WDSD18).
Pelo mundo fora, são muitos os projetos que têm permitido estudar, analisar e refletir sobre a integração de pessoas com Síndrome de Down no mercado de trabalho, promovendo-se assim boas práticas que facilitam a empregabilidade e a promoção de competências necessárias para o trabalho junto desta população. Actualmente, muitos desses projectos têm como objectivo desenvolver ferramentas informáticas que apoiem o trabalhador nas suas tarefas, de modo a melhorar o seu desempenho e a sua autonomia, característica fundamental para facilitar a sua integração profissional.
Consequentemente o número de experiências profissionais bem-sucedidas de pessoas com Síndrome de Down tem vindo a aumentar. Revelam-se trabalhadores assíduos e pontuais, com grande foco no desempenho das suas tarefas (caracterizadas por serem do tipo sequencial e rotineiro), que cumprem com profissionalismo. Muitos destes projectos têm previsto o apoio de técnicos especializados que, no acompanhamento à integração profissional de pessoas com Síndrome de Down, procuram a promoção e o desenvolvimento das suas capacidades, nomeadamente na superação das suas capacidades, limitações e barreiras.
Em Portugal a Fundação AFID Diferença – instituição de solidariedade social que pretende promover junto dos seus utentes uma vida activa com qualidade, numa sociedade de plena inclusão, – tem vindo a colaborar com outras associações em projectos com estas características, promovendo, assim, o acesso ao mercado laboral de pessoas com Síndrome de Down e o desenvolvimento das suas competências.
Que a comemoração deste dia sirva para transformar o nosso olhar, para que não fique enquistado no senso comum que associa a deficiência a incapacidades e dependências!
Marta Rodrigues
Directora Técnica do Centro de Actividades Ocupacionais da Fundação AFID Diferença
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